Toda a disciplina, correção e limites não terá efeito se não pastorearmos o coração de nossos filhos.
A Palavra de Deus nos mostra que o Senhor Jesus é considerado o Pai da Eternidade: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros.E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai da eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaias 9.6).
Nós precisamos nos tornar pais para a eternidade, pois segundo Romanos 3.23, nossos filhos são pecadores e precisam da revelação do evangelho para resgate de suas almas: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.
O que nós, pais, precisamos entender, é que se não pastorearmos o coração de nossos filhos, toda a disciplina, correção e limites que colocarmos para eles não surtirá efeito para a eternidade. Tudo o que fazemos para plantar os princípios em seu coração, é necessário, mas não sem considerar a natureza pecaminosa deles. Se, como pais não atentarmos para isso, iremos perdê-los para o mundo – porque nunca teremos em nós algo melhor do que o mundo tem para oferecer no que diz respeito a coisas materiais.
Nós, porém, temos algo que o mundo nunca terá: O Evangelho. “Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.” (Romanos 1.16).
A pergunta é?
Este evangelho do Reino tem transformado nossas vidas como pais?
Se a resposta for sim, não podemos nos envergonhar dele. Precisamos pregar em tempo e fora de tempo a nossos filhos, como nos mostra 2 Timóteo 4:2:
“Prega a palavra, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.”
Na educação de nossos filhos, essa verdade se aplica numa dimensão muito maior, conforme Deuteronômio 6.5-9.
“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.”
O PAPEL DOS PAIS
Amar a Deus implica em ensinar em todos os lugares e em todo o tempo – e este papel não é da escola, igreja, sociedade, mídia. Na verdade, essas organizações se tornam instrumentos de ensino nas mãos de pais que educam para a eternidade.
Deus poderia simplesmente regenerar as gerações quando bem entendesse. Mas, em sua sabedoria, condicionou ao ambiente familiar essa responsabilidade.
O povo de Israel, por exemplo, teve início através de um pai, que é Abraão. Em Romanos 4:18, lemos que Abraão, depois de receber um milagre de ter um filho na velhice, recebeu a promessa de uma grande nação ser gerada através dele:
“Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência”.
Recebeu também uma ordem para que a promessa se concretizasse com relação ao seu papel como pai:
“Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito”. (Gênesis 18:19)
O que Deus quer nestes dias é levantar pais que são capazes de ser mais do que supridores materiais. Ele deseja fazer de nós pais para a eternidade.
COMO PAIS PARA ETERNIDADE EDUCAM SEUS FILHOS?
• Em todo o tempo- “Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos. Escrevei-as nos umbrais de vossa casa e nas vossas portas, para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a vossos pais, e sejam tão numerosos como os dias do céu acima da terra.” (Deuteronômio 11.19-21)
• Com perseverança- “Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.” (Hebreus 10.36)
• Protegem o suficiente- “No temor do Senhor, tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos.” (Provérbios 14.26 )
• Com justiça- “Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito”. (Gênesis 18:19)
• Apelam para a consciência- “Meu filho, se o seu coração for sábio, o meu coração se alegrará”. (Provérbios 23.15)
• Usam a vara como instrumento de resgate- “A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela”.(Provérbios 22.15)
• Comunicam-se com qualidade- “Ouça o seu pai, que o gerou; não despreze sua mãe quando ela envelhecer. Compre a verdade e não abra mão dela, nem tampouco da sabedoria, da disciplina e do discernimento. O pai do justo exultará de júbilo; quem tem filho sábio nele se alegra”.(Provérbios 23.22-24)
Pais para a eternidade semeiam suas vidas pelos frutos do Espírito Santo e colhem frutos do Espírito em seus filhos.
Pais para a eternidade reconhecem sua dependência de Deus e submetem suas vidas à Sua Palavra.
Muitas coisas nas nossas famílias podem influenciar nossa jornada de pais. São as influências formativas, ou seja, como nossos filhos vêem a vida, têm muito em como a sua família vê. Ela aprende mais pelo que vê do que pelo que dizem a ela.
INFLUÊNCIAS FORMATIVAS QUE PODEM
APROXIMAR OU AFASTATAR UMA CRIANÇA DE DEUS
1. Estrutura da vida familiar
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É um tradicional núcleo familiar?
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A quantas gerações de pais a criança está exposta?
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Os pais estão vivos ou somente um?
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Os pais exercem suas funções de pais?
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Como são estruturados os papéis dos Pais?
A estrutura da vida familiar pode afetar ou moldar profundamente suas necessidades e expectativas com relação a outras pessoas.
2. Valores Familiares
- O que os pais valorizam?(o ter em detrimento do ser)
- O que motiva um debate ou passa despercebido?
- Que filosofias ou idéias a criança ouviu?
- Quais são as regras faladas e não faladas em casa?
- Onde Deus se encaixa na vida familiar?
- Os valores do seu lar são os do Reino de Deus ou de tradições humanas?
3. Papéis Familiares
Coisas sutis, tais como quem paga as contas, ou quem agenda os compromissos da família, dizem muito sobre os papéis familiares.
4. Resolução de conflitos familiares
- A família sabe conversar sobre os problemas?
- Eles resolvem os problemas ou simplesmente se afastam?
- Quando resolvem é pela Palavra de Deus ou por autoritarismo?
- Como a família reage ao fracasso?
- Como os pais reagem ao fracasso dos filhos?
5. História familiar
- Muitas mudanças de endereço?
- Há dinheiro suficiente?
- Há casamentos e divórcios?
- Houve ou há possessão demoníaca na família?
Ao respondermos essas perguntas, podemos fazer um exame da nossa família perante Deus e adequá-la ao que a Palavra nos diz. Assim, antes de orarmos e batalharmos por mudanças em nossos filhos, somos nós, pais, os primeiros a buscar as mudanças em nossas vidas. Só esse exemplo já terá um imenso impacto positivo na estrutura familiar.
Wagner Gomes
Pastor no ministério INAKIDS da Igreja Nova Aliança de Londrina