fbpx

A fé de Abraão

A fé de Abraão

É a fé para vencer os desafios de cada dia, as lutas contra o inimigo de nossas almas, 

Podemos imaginar um senhor avançado em dias, com cabelos grisalhos e pele queimada pelo sol, caminhando com firmeza, mas lentamente, numa terra inóspita e muitas vezes desértica, com sua mulher, companheira de viagem, sempre a espera da promessa, rindo de si mesma diante das dificuldades do cumprimento de um sonho.

Estes eram Abraão e Sara, numa longa jornada. Não sem erros e obstáculos, mas cheios de fé, como as Escrituras nos asseguram. Tanta e tamanha fé, que esta fez de Abraão o “Pai da fé”, como é conhecido entre nós.

Eis como o escritor de Hebreus descreve sua história, no capítulo 11, versos 8 -12 e 17-19: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou.”

Assim, ele se tornou um exemplo e inspiração para nós, que peregrinamos nesta vida, na expectativa do cumprimento do eterno plano do nosso Deus. Fé era a sua característica maior e é uma das grandes bases da vida cristã, pois: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hb 11.6)

É muito interessante notar que a palavra fé nas Escrituras está relacionada à “fidelidade”, pois têm a mesma raiz no hebraico e no âmago do sentido dessa raiz está a idéia de “certeza”. Com sentidos como: sustento, convicção, alguém que é estabelecido, confirmado.

Tanto que a palavra “fé” de Habacuque 2.4, que diz:.. “Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.”, poderia ser traduzida por “fidelidade”, mas Paulo a usou em Rm 1.17 no sentido de fé e assim a temos utilizado.

Pense em Abraão, este quando viveu pela fé, como viveu em fidelidade, em certeza, com convicção, como alguém estabelecido em algo. Assim,
Deus espera que vivamos, em fidelidade, na certeza de algo que não vemos e esperando contra a esperança, como que estabelecido no coração numa certeza. Que certeza é essa? Que convicção é essa? Que esperança é essa?
Pense na fé em 3 momentos, como Jesus é: “… ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.” (Hb 13.8).

A Fé para o “ontem” é para crer com convicção no sacrifício de Jesus, sua morte e ressurreição, sem a qual não poderíamos apoiar nossa esperança. Fé esta, que transforma nossa perspectiva de vida, nos dá uma razão de ser, um alento em nossa jornada, o propósito de vida.
Para o “hoje”, a fé é para vencer os desafios de cada dia, as lutas contra o inimigo de nossas almas, as limitações de nosso enganoso coração e para crescer na maturidade e experiências com Deus.

Para o “sempre”, para a eternidade, que enche os nossos corações de esperança e expectativa de uma vitória final e grandiosa, contra o último inimigo a ser vencido, a morte. Haverá momentos diferentes em nossas vidas e cada um deles exigirá uma fé forte e estável, verdadeiramente confiável, fidedigna.

A fé de Abraão não tinha Jesus como referência, mas tinha a voz de Deus, que se revelou num “ser pessoal e presente” na sua vida, em quem podia alicerçar suas convicções.

Nós temos o evento da morte e ressurreição, celebrados na ceia, em memória de Jesus e para nossa memória, de onde retiramos nossa certeza.

E, assim como Abraão, nossa jornada tem tempos de secas e caminhadas aparentemente solitárias, mas que estabelecem marcos espirituais e profetizam a bênção por onde andamos.

E talvez nem todos vejamos a ple-nitude de todas as promessas se cumprindo em nossas vidas, como Abraão não viu. Mas tenhamos uma certeza: assim como somos um dos grãos de areia de Abraão, muitos outros também serão. E por viver em fidelidade, antecipando os so-nhos de Deus, seremos parte da promessa de Deus.

Pra. Mônica de Sousa

Pastora lídera da Igreja Nova Aliança de Londrina